GMF acompanha as Audiências Concentradas do Sistema Socioeducativo na Comarca de Gurupi

Divulgação Imagem colorida que mostra homens e mulheres em uma sala de tribunal de júri durante uma audiência concentrada

O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins  (GMF/TJTO) acompanhou as audiências concentradas no âmbito do Sistema Socioeducativo na Comarca de Gurupi, nos dias 18 e 19 de junho.

O Juizado Especial da Infância e Juventude da Comarca de Gurupi realizou as audiências concentradas no Tribunal do Júri do Fórum, com a participação da Defensoria Pública (DPETO), do Ministério Público (MPTO), do Conselho Tutelar, da Secretaria Municipal de Educação e de Saúde, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social  (Creas) Gurupi, das Equipes Multiprofissionais das unidades socioeducativas do Centro de Internação Provisória (CEIP SUL) e da Unidade de Semiliberdade (USL SUL), além das(os) familiares e dos(as) adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas privativas e restritivas de liberdade.

Durante as Audiências, foram atendidos nove adolescentes, sendo cinco que cumpriam medida socioeducativa de internação e oriundos do CEIP SUL, e quatro da medida socioeducativa de semiliberdade e vindos da USL SUL. Em relação aos impactos das audiências concentradas para tais adolescentes, destaque-se que o procedimento de reavaliação de medidas socioeducativas - realizado pelos representantes do Sistema de Justiça a partir dos relatórios e falas das equipes das unidades - fizeram com que dois desses jovens tivessem mantidas as medidas originais, enquanto que sete deles tivessem as medidas substituídas por outras, sendo: seis para liberdade assistida e uma para semiliberdade.

Quanto à participação do GMF para a realização de monitoramento e orientação nas audiências concentradas, o evento contou com a presença da responsável técnica pelas Audiências Concentradas, e da assistente técnica estadual do Programa Fazendo Justiça (CNJ/PNUD), que buscaram fortalecer as Audiências Concentradas no Sistema Socioeducativo do Estado do Tocantins visando à qualificação desta ação da porta de saída do ciclo socioeducativo..

Em relação aos atores e atrizes do Sistema de Justiça Juvenil que executaram as referidas atividades, o magistrado Silas Bonifácio Pereira, titular do Juizado Especial da Infância e Juventude da Comarca de Gurupi, destacou que “as audiências concentradas de reavaliação, embora  possam ser realizadas de forma telepresencial, fazê-las presencialmente se mostrou bastante profícuo e vantajoso, visto a possibilidade de participação de todos os segmentos correlacionados, em especial a educação, a saúde e a assistência social”.

O juiz ressaltou, ainda, que a presença do GMF foi um elemento que contribuiu para aprimorar a ação, pois trouxe uma experiência adquirida de outras comarcas, possibilitando assim o estreitamento das relações, sendo tal iniciativa reconhecida pelo mesmo como uma excelente prática do TJTO, o qual possibilitou essa gestão de monitoramento das medidas socioeducativas.

Para a promotora de Justiça do MPTO, Ana Lúcia Gomes Vanderley Bernardes, “as audiências concentradas para reavaliação das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade são importantes, pois promovem a participação do adolescente, familiares, equipe técnica e outros atores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança, aproximando toda rede de proteção da realidade vivenciada pelo adolescente em cumprimento de medida. Tivemos a grata satisfação de contar com a presença nas audiências concentradas na Vara da infância e Juventude de Gurupi, das responsáveis técnicas do GMF e Programa Fazendo Justiça, que foram muito atenciosas e nos esclareçam os motivos da visita institucional, para aprimoramento das técnicas usadas nas audiências concentradas”.

Já o defensor público do Núcleo Regional de Gurupi, Adir Pereira Sobrinho , declarou que "a participação do GMF, nas audiências concentradas na Comarca de Gurupi, traz uma importante contribuição para o aprimoramento da prestação jurisdicional, com coleta de dados para monitoramento dos resultados, compreensão dos desafios e ampliação das boas práticas, oferecendo suporte sobre os aspectos logísticos procedimentais, promovendo o atendimento a Recomendação n⁰ 98 de 2021 do CNJ e as diretrizes do Manual sobre Audiências Concentradas para reavaliação das Medidas Socioeducativas de Semiliberdade e Internação do CNJ".

Audiências Concentradas

O GMF iniciou neste ano de 2024 o acompanhamento e monitoramento das Audiências Concentradas no âmbito do Poder Judiciário tocantinense.

A iniciativa atende a Recomendação CNJ nº 98/2021, que indicou aos tribunais e autoridades judiciais a adoção de diretrizes e procedimentos para realização de audiências concentradas para reavaliar as medidas socioeducativas em todo país. No que diz respeito à regulamentação da ação das Audiências Concentradas no contexto do Estado do Tocantins, destaca-se o Provimento Nº 5 - CGJUS/ASJCGJUS, que determina a necessidade tanto da realização das mesmas, e que cabe ao GMF, no âmbito de suas atribuições, oferecer suporte logístico e procedimental para a realização das audiências concentradas.

Nesse sentido, coube ainda às técnicas do GMF e do Programa Fazendo Justiça (CNJ/PNUD) a divulgação do Manual sobre Audiências Concentradas para Reavaliação das Medidas Socioeducativas de Semiliberdade e Internação, elaborado pela equipe do Eixo 2 do Programa Fazendo Justiça, e que estabeleceu parâmetros com o objetivo de auxiliar os tribunais a implementarem e/ou qualificarem as audiências concentradas, propondo diretrizes com base nos princípios que regem a execução das medidas socioeducativas.

Neste 1º semestre de 2024 foram acompanhadas e monitoradas também as Audiências Concentradas dos Juizados Especiais da Infância e Juventude de Palmas (presencialmente) e de Araguaína (acompanhamento via SEI), e está no horizonte do GMF poder atuar para a qualificação e aprimoramento das audiências concentradas das três comarcas onde há juizados especializados de forma contínua também no segundo semestre.

GMF

O GMF foi instituído no âmbito do Poder Judiciário do Estado do Tocantins, por meio da Portaria-Conjunta nº 196, de 11 de maio de 2009. Todavia, houve a necessidade de alterar a composição, a organização e o funcionamento do Grupo, de acordo com o que dispõe a Resolução CNJ nº 214, de 15 de dezembro de 2015, e as alterações trazidas pela Resolução CNJ nº 398/2021. Atualmente, o GMF tem como supervisor o desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho e como coordenador o juiz Jordam Jardim.


Fechar Menu Responsivo
Busca Processual Jurisprudência Diário da Justiça
Rolar para Cima
Nós usamos cookies
Usamos cookies ou tecnologias similares para finalidades técnicas e, com seu consentimento, para outras finalidades, conforme especificado na política de cookies. Negá-los poderá tornar os recursos relacionados indisponíveis.