“O meu pé de laranja lima”: Projeto leva inclusão social a filhos de reeducandos em Araguaína

Inspirado no clássico da literatura infantil, o projeto “O meu pé de laranja-lima" atendeu, em 2017, mais de 500 crianças e adolescentes com atividades desportivas e culturais. A iniciativa, da 2ª Vara de Execuções Penais e da Central de Execução de Penas e Medidas Alternativas (Cepema) da Comarca de Araguaína, visa minimizar os impactos da falta de referência que filhos de reeducandos sofrem durante o processo de desenvolvimento humano na infância e adolescência.

O trabalho de inclusão social por meio da cultura e dos esportes é fruto de parcerias entre o Poder Judiciário e entidades filantrópicas. A Cepema destina recursos originários das verbas pecuniárias para ações sociais que buscam estimular, nos filhos de indivíduos em processo de ressocialização, caminhos alternativos à violência e criminalidade.

Atualmente a ação atende 517 pessoas (crianças, adolescentes e adultos), que participam de oito tipos diferentes de atividades esportivas: futebol, dança, taekwondo, muay thai, karatê, judô, jiu-jitsu e música.

De acordo com o gestor do projeto, juiz Antonio Dantas de Oliveira Júnior, a intenção é proporcionar aos menores uma vivência mais saudável e contribuir para a integração de toda a família à sociedade. “Além da contrapartida social que esse projeto preconiza, ele atende a um nicho infelizmente esquecido pela sociedade, que são os filhos de indivíduos envolvidos com o mundo crime. Acreditamos que essa iniciativa também poderá funcionar como parte do processo de ressocialização do individuo infrator, haja vista que sua família receberá ações proativas para interromper o ciclo de violência a que estão expostos”, afirmou o magistrado.

O Projeto

A inspiração para a criação do projeto “O meu pé de laranja lima” veio do clássico da literatura infantil de mesmo nome, de autoria do escritor José Mauro de Vasconcelos. O livro narra a história da solidão de um menino, cuja família sofre devido a mazelas sociais e encontra num amigo imaginário a força para seguir. Desde a sua publicação, em 1968, a obra chama a atenção para uma reflexão sobre a importância e a ausência do afeto na construção dos indivíduos.

“Nesse sentido, decidimos enfrentar os ecos da violência por outras frentes, propiciando aos filhos desses indivíduos a oportunidade de vivenciarem outra realidade, acreditando que através desse projeto poderemos ajudar crianças e adolescentes que estão em condições extremas de vulnerabilidade social”, explicou o magistrado sobre a analogia do projeto à história infantil.

 

Maria Gabriela – Cecom/TJTO

Foto: Divulgação


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