Magistrados tocantinenses participam de seminário que discute regras para concurso de juiz

Oitenta por cento dos concursos públicos para ingresso na carreira de magistrado são organizados por empresas terceirizadas. O dado foi revelado durante o seminário Regras de Concurso para a Magistratura, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que terminou na tarde desta terça-feira (7/5), na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF), em Brasília/DF. O evento, que teve duração de dois dias, teve por objetivo discutir a minuta de resolução que visa estabelecer novo modelo de seleção de juízes. A principal e mais debatida proposta foi a instituição de um certame de âmbito nacional, exclusivo para a primeira etapa, a ser promovido por uma comissão composta por representantes do CNJ ou demais Conselhos Nacionais, das escolas nacionais da magistratura e da Ordem dos Advogados do Brasil.

O diretor do Foro da Comarca de Palmas, juiz Pedro Nelson Coutinho, que representou o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins no evento, explica que “a etapa nacional vai chancelar, através de uma nota mínima, a ser estabelecida, se o candidato está apto ou não a concorrer a à carreira da magistratura, e só depois ele poderá se inscrever em eventuais concursos nos Estados”.

 

Os interesses da magistratura nacional

Morgana Richa, ex-conselheira do CNJ e coordenadora do grupo de trabalho, explicou que uma das preocupações foi incluir as escolas da magistratura no processo de seleção dos novos juízes. “Surpreendeu-nos a quase nenhuma participação das escolas nos concursos públicos”, disse.

Representando a Escola Superior da Magistratura Tocantinense o juiz de direito Océlio Nobre, coordenador do Núcleo de Apoio às Comarcas – Nacom, diz que “foi muito importante o Conselho Nacional de Justiça convidar os Tribunais de Justiça e as Escolas de Magistratura, para debater a resolução de número 75 que trata do regramento nacional para os concursos de ingresso na magistratura”. Nobre acredita que “a iniciativa pode se transformar em uma obra democrática e que atenda os interesses da magistratura nacional”.

 

Maior participação dos tribunais

A proposta de resolução foi elaborada por um grupo de trabalho interinstitucional, presidido pelo conselheiro Lucio Munhoz, responsável pela Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ. Ele explicou, na abertura do seminário, que o grupo de trabalho realizou minucioso estudo sobre as dúvidas suscitadas por candidatos e tribunais nos processos e também sobre os diversos modelos de seleção empregados pelos tribunais brasileiros.

Uma das constatações foi a de que o Poder Judiciário terceiriza boa parte dos concursos para ingresso na carreira da magistratura, pouco participando desse processo. “São as instituições privadas que estão traçando o perfil dos nossos magistrados, e não o Poder Judiciário, com o que discutimos em Brasília a terceirização passa a ser utilizada somente na logística e na parte administrativa dos concursos, ficando o estabelecimento dos perfis e as correções a cargo dos tribunais conduzir o processo”, explica Pedro Nelson Coutinho.

Porém, o juiz Océlio Nobre, frisa que “quanto a questão da prova nacional não houve um acordo, tendo se transformado no tema mais polêmico do seminário e que,  apesar de constar da minuta do evento ainda será revista pela Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ antes que se chegue à resolução final”.  (Com informações do site do CNJ – www.cnj.jus.br)

 


Fechar Menu Responsivo
Busca Processual Jurisprudência Diário da Justiça
Rolar para Cima
Nós usamos cookies
Usamos cookies ou tecnologias similares para finalidades técnicas e, com seu consentimento, para outras finalidades, conforme especificado na política de cookies. Negá-los poderá tornar os recursos relacionados indisponíveis.