EducaJus: de Papo com a Justiça leva conceitos básicos de cidadania a jovens estudantes de Novo Acordo

Elias Oliveira Mulher branca de cabelos acobreados longos e ondulados, abaixa-se em direção a aluna sentada em carteira. Elas trocam olhares enquanto sorriem uma para outra

“Você sabe qual o papel do Poder Judiciário na sociedade? Sim ou não?” Este é um dos questionamentos propostos durante dinâmica do programa “EducaJus: de papo com a Justiça”, realizado nesta sexta-feira (5/9), no Colégio Estadual Professora Eliacena Moura Leitão, em Novo Acordo. Esta é a primeira unidade escolar a receber o programa em 2025.

A iniciativa do Poder Judiciário do Tocantins movimentou turmas do 9º ano da escola durante o dia inteiro, com jogos, dinâmicas e muita interatividade com quase 80 alunos, para mostrar na prática e com uma linguagem simples e acessível conceitos básicos de cidadania, os direitos e deveres dos cidadãos com base na Constituição Cidadã de 1988.

Para a idealizadora do programa, juíza Rosa Maria Gazire Rossi, a escola é um solo sagrado, onde se reúnem pessoas de diversas crenças, gostos, pensamentos e sentimentos, e é neste ambiente que devem ser construídos o respeito e a tolerância.

“Nós, do EducaJus, construímos, com base na nossa Constituição, cidadãos que possam, amanhã, fazer a diferença, seja na escola, seja na sociedade”, disse a magistrada Rosa Maria Rossi, destacando o engajamento do Colégio Eliacena em alcançar o “nosso objetivo de empoderar mais ainda esses jovens, torná-los sujeitos de direitos, de deveres, capazes de transformar a realidade local para melhor, cada vez mais”.

O diretor da escola, Wesley Ramos, destacou que a parceria com o Judiciário amplia e fortalece a consciência da capacidade de cada um dos estudantes e de onde eles podem chegar, partindo do princípio de que estudar é para a vida.

“Esse intercâmbio, essa parceria com o Poder Judiciário nos ajuda muito a trazer a realidade de que a Justiça está próxima dos nossos estudantes, para mostrar a eles que nós, no interior, também temos a capacidade de nos desenvolver com a nossa determinação. Temos potencial para alcançar os nossos sonhos, por maiores e melhores que eles sejam”, disse o diretor.

O programa é desenvolvido com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e alinhado à Agenda 2030 da ONU. O EducaJus atende à Recomendação nº 136/2022 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que orienta os tribunais a promoverem ações periódicas em instituições públicas de ensino, disseminando noções básicas de cidadania, direitos fundamentais, organização dos poderes e prevenção de conflitos.

Despertando a cidadania

"Não deu tempo de responder a todas perguntas, mas valeu o aprendizado", destacou a aluna do 9º vespertino, Helem Pereira, destacando desconhecer direitos básicos como à vida e à liberdade.

A estudante do 9º ano, de 14 anos, Celine Rodrigues Alves, participou da dinâmica no período da manhã. “Muita coisa eu passei a compreender ainda mais hoje, como os direitos das mulheres e dos povos indígenas. No fim, temos que respeitar os outros.”

O Dayvison Sobrinho Carvalho, de 14 anos, faz o 9° a tarde. Ao lado de seus colegas de grupo pode aprofundar os conhecimentos em Direitos Humanos. “A gente só ouvia falar que Direitos Humanos era algo bom, mas não tinha noção. Hoje, a gente entendeu que todos devem ter acesso aos mesmos direitos, mulheres, negros, gays, trans, todos têm direitos iguais”, disse.

Sobre o EducaJus

Lançado em maio de 2023, o Programa de Educação Sociojurídica do Poder Judiciário Tocantinense para a Promoção da (Des)Judicialização Consciente dos Alunos das Escolas Públicas, “EducaJus de Papo com a Justiça” atua de forma itinerante nas comarcas do estado, levando conhecimento, diálogo e práticas de justiça cidadã aos estudantes da rede pública.

“É o Judiciário saindo do Fórum, do Tribunal de Justiça e vindo até a escola. Buscamos aproximar a Justiça da sociedade, atendendo ao macrodesafio do Poder Judiciário do Tocantins, mantendo a humildade, a horizontalidade, falando uma linguagem simples, dialogando, sentindo, vendo o que esses educandos têm de perspectiva do futuro, o que lhes incomoda no presente, o que já incomodou no passado e, no futuro, o que eles podem lutar por uma vida mais digna e justa”, explicou a juíza gestora do programa, Rosa Maria Gazire Rossi.

O EducaJus já passou por escolas da Comarca de Guaraí e seus distritos, promovendo dinâmicas, rodas de conversa e reflexões sobre temas como inteligência emocional, comunicação não violenta, direito à palavra, escuta ativa, confidencialidade e não julgamento.

Etapas

O Jogo da Verdade faz parte da etapa “Viver e sentir” do programa e visa conhecer os estudantes, abordando questionamentos alusivos ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); bullying; direitos humanos; sabedoria dos povos indígenas; direito do consumidor; violência doméstica; uso de celular na escola; dentre outros.

A segunda etapa, “Saber”, está prevista para os dias 29 e 30 de setembro e visa ao compartilhamento de conhecimentos com base no sentir e ver compartilhados na primeira etapa. Nesta fase, são realizadas palestras com magistrados e convidados, vivências com servidores do Judiciário e círculos da Justiça Restaurativa.

A terceira etapa, prevista para acontecer no dia 3 de novembro, “Socializar”, tem como um dos seus principais objetivos a integração das vivências com a comunidade escolar por meio da assinatura de termo de cooperação entre a escola e instituições parceiras.

Equipe

Conforme a Portaria nº 2.605, de 28 de julho de 2025, o Programa de Educação Sociojurídica do Poder Judiciário Tocantinense para a Promoção da (Des)Judicialização Consciente dos Alunos das Escolas Públicas “EducaJus de papo com a Justiça” conta com um Grupo de Trabalho para sua execução, coordenado pela juíza gestora Rosa Maria Rodrigues Gazire Rossi.

Para a dinâmica em Novo Acordo, acompanharam a magistrada os facilitadores: assistente social do GGEM, Jórcia Castro; assessora administrativa do Nupemec, Lorena Gutierrez; servidora da Cocid, Luana Paniago; credenciadas do GGEM, Luana Ribeiro e Lorena; credenciado do Nupemec, Pedro Araújo; técnica judiciária do TJTO, Luciane Prado; e a assessora de imprensa, Vilmara Bianchi.


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