
O Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) realizaram a 1ª Oficina de Divórcio e Parentalidade, como parte da Formação de Expositores promovida pela Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), na última sexta-feira (19/4), no Cejusc Polo Palmas. No encontro inicial, a palestra contou com a presença de 48 famílias, que foram atendidas por 12 alunos sob a supervisão da servidora e professora, Lorena da Cruz Neves Pimenta Gutierrez.
As oficinas possuem o objetivo de desenvolver métodos de tratamento adequados a conflitos conjugais para auxiliar pais e filhos no enfrentamento da ruptura dos laços familiares e disputas judiciais, reduzindo os traumas e impactos recorrentes disso. O curso, iniciado no dia 18 de março, é desenvolvido nos Polos dos Cejuscs de Guaraí e Palmas.
A dinâmica é feita em quatro salas, sendo uma delas para crianças, outra para adolescentes e duas para os pais. Em cada uma, são desenvolvidas rodas de conversa e abordagens sobre o tema, adaptados para a perspectiva de cada membro afetado pelos conflitos de maneira humanitária. As oficinas acontecem nos Cejuscs polos das comarcas Guaraí e Palmas mensalmente, e são abertas ao público no enfrentamento dos laços familiares.
Uma das alunas que participou da oficina na sala dos adolescentes, Sarah Raquel Franco da Silva, falou sobre a importância do momento de diálogo. “Nesta minha primeira participação como expositora em formação, afirmo que a Oficina de Divórcio e Parentalidade é uma oportunidade de troca de saberes e experiências entre os expositores e os participantes, naquele momento compreendi meu papel na contribuição para orientar famílias em processo de reestruturação, motivadas pelo divórcio dos pais. É realmente uma experiência bastante emocionante”.
Mudando de visão
Mãe de duas meninas, com 41 anos e divorciada, Maria Elisa Tadei, que esteve presente na dinâmica, falou sobre a transformação de seu ponto de vista. “Aqui na oficina eu me senti muito bem acolhida e entendi que a gente consegue trabalhar a nossa inteligência emocional a ponto de separar os sentimentos que temos que depositar nos filhos, dos que temos que depositar no ex-companheiro. Eu aprendi que quando a gente se respeita, acabamos levando um reflexo para a criança e a oficina me fez pensar em atitudes que até mesmo eu já tinha tido e não queria reconhecer. Existem outras maneiras de se portar quando um cenário ruim acontece. Para mim foi muito importante, porque a via judicial, eu estive nela, é muito dolorosa, e eu não conseguia enxergar que a minha movimentação poderia ser feita de outra forma. Aqui eu consegui ver um outro caminho. Então eu estou me sentindo assim... Estou com vontade de chorar. Estou me sentindo assim, reestabelecida para ser a verdadeira mãe das minhas filhas, canalizando o que tem que ser dito para elas ou não”, disse.
Pai, Pedro Henrique Grezele diz ter se surpreendido positivamente e começado a entender as situações de outra maneira. “Me surpreendi positivamente aqui, passando por essa reflexão, de tentar entender um pouco lá da outra pessoa. Do outro lado, entender as necessidades do pai, da mãe, da criança, mesmo não estando juntos. Então, eu achei que a exposição foi muito boa nesse sentido de abrir os nossos olhos, de expandir o nosso horizonte e eu acredito que vai contribuir pra mim, pelo menos, de uma forma muito positiva de melhorar minha maneira de conversar, de repente pensar e conversar de forma mais equilibrada visando o bem dos filhos, que são o mais importante’.
A pequena Yasmim, de 12 anos, expõe seu aprendizado. “Eu percebi que essa oficina ajuda. tanto os adolescentes quanto as crianças, a perceberem que elas não são culpadas pelo divórcio”, falou.