
Estava praticamente tudo pronto para a Associação dos Catadores de Coleta Seletiva de Porto Nacional realizar sua primeira grande venda sem a presença dos atravessadores. E o clima no terreno onde 37 famílias trabalham com os resíduos era de otimismo e expectativa na manhã da segunda-feira (21/8).
Um dos mais animados era o presidente da Associação, o senhor Vilcenir Brito Barbosa, visto que o produto seria comprado por uma empresa de São Paulo, com o preço do quilo moído entre R$ 4,5 e R$ 6, cerca de seis bags, recipientes usados para armazenar temporariamente e com segurança qualquer tipo de pó, granulado ou até mesmo líquido.
Com as altas temperaturas na região, a alegria deu lugar à apreensão no dia seguinte, quando o fogo rompeu o mato, alcançou o interior do terreno, destruindo praticamente tudo – máquinas pesadas usadas pelos catadores -, sobrando só a casa construída recentemente e usada pelos associados. Prejuízo de cerca de R$ 1 milhão, segundo avaliação da entidade.
O desastre ambiental e social mobilizou o Poder Judiciário imediatamente que, via campanha, fez chegar ao local, ainda na terça-feira (30/8), cerca de 500 quilos de alimentos, que foram distribuídos aos integrantes da associação, já cadastrada e beneficiada por doações de resíduos do Programa Coleta Seletiva do Tribunal de Justiça (TJTO).
Um dos mais afetados pelo triste cenário era Olivam Nunes, que estava na linha de frente no combate ao fogo que se alastrou rapidamente do pátio e chegou à sede da associação. Chegou até a acionar o Corpo de Bombeiros, que não chegou a tempo.
Cenário devastador
“Primeiramente estamos fazendo uma visita solidária na qual deparamos com um cenário devastador, em que todo o galpão foi destruído e também os maquinários”, lamentou a desembargadora Ângela Prudente, que estava ao lado da equipe da Coordenadoria de Gestão Socioambiental e Responsabilidade Social (Cogersa) – Leila Jardim, Welica Rodrigues Lemes Barros e Alecsandre Oliveira.
“Temos aqui ainda 37 famílias que auferiam renda através dos resíduos que eram coletados e que estão agora passando por dificuldades”, ressaltou a desembargadora, vice-presidente do TJTO.
“Nós vamos viabilizar campanhas e sensibilizar também as outras instituições que integra a Rede para que possamos viabilizar algum tipo de auxílio neste momento tão emergencial”, frisou a desembargadora.
Arrecadação de alimentos
Cabe lembrar que a campanha de arrecadação de alimentos no âmbito do Poder Judiciário continua por mais 30 dias. Além dos servidores e magistrados, as doações podem ser feitas também pelo público externo. Para facilitar, o TJTO instalou uma caixa no hall de entrada da sua sede. Podem ser doados itens de higiene pessoal e alimentos não perecíveis (exceto sal).
O Fórum de Porto Nacional também está recebendo doações.